Imigração Japonesa no Brasil
A Imigração japonesa no Brasil começou no início do século XX, através de um acordo entre o governo japonês e brasileiro. O Japão vivia uma crise demográfica, enquanto que o Brasil necessitava de mão de obra para a lavoura de café. A população japonesa no Brasil está estimada em um milhão e quinhentas mil pessoas, sendo considerada a maior população nipônica fora do Japão.
Do total, 12% são nascidos no Japão (issei “japonês que emigra para a América”) e o restante dividido entre nissei (filhos de japoneses), sansei (netos), yonsei (bisnetos) e assim por diante. O termo nikkei é o mais adequado para se denominar os descendentes de japoneses, isto é, uma denominação em língua japonesa para os descendentes de japoneses nascidos fora do Japão ou para japoneses que vivem regularmente no exterior.
Cada geração nikkei recebe denominação própria:
issei (imigrantes japoneses)
nissei (filhos de japoneses)
sansei (netos de japoneses)
yonsei (bisnetos de japoneses)
gossei (trisanetos de japoneses)
rokussei (tataranetos de japoneses)
shichissei (pentanetos de japoneses)
- A Chegada dos japoneses no Brasil
Em 18 de junho de 1908, o navio Kasato Maru aporta no Brasil, no Porto de Santos. Trazia mais de 160 famílias que vinham trabalhar nos cafezais paulistas.
Cerca de 90% dos imigrantes japoneses tinham pretensão de enriquecer no Brasil e retornar ao Japão. Mas o enriquecimento rápido era um sonho quase impossível de se alcançar. A adaptação foi bastante sofrida entre os imigrantes, devido à cultura, hábitos alimentares, religião, roupas, clima e paisagens completamente diferentes daquelas do Japão.
Com o fim da I Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes japoneses no Brasil, cresceu muito. O governo japonês incentivava a ida de japoneses para o Brasil, visto que o campo e as cidades japonesas estavam superlotados, causando pobreza e desemprego e o governo queria expansão da etnia japonesa para outros lugares do mundo e que a cultura japonesa se enraizasse nas Américas, a começar pelo Brasil.
-A adaptação dos japoneses em terras brasileiras
Os imigrantes japoneses e seus filhos nascidos no Brasil, permaneceram fechados dentro da comunidade durante algumas décadas. No campo ou até mesmo em São Paulo, eles se agrupavam em bairros como a Liberdade, onde formavam colônias, que recriavam o ambiente que deixaram no Japão.
Porém a situação passou a mudar a partir da terceira geração nascida no Brasil.
Os netos de japoneses não se sentiam japoneses, pois eram criados dentro da cultura do Brasil e desejavam pertencer definitivamente ao Brasil.
O casamento fora da colônia japonesa também se tornou um fenômeno comum a partir da década de 1970. Atualmente cerca de 30% dos nipo-brasileiros são frutos de um relacionamento entre um japonês e um não japonês.
-Dekasseguis no Japão
Dekasseguis é um termo utilizado no Japão para designar todos trabalhadores estrangeiros residentes no Japão, que tenham ou não ascendência japonesa. Os japoneses que já migraram de províncias distantes para trabalhar nos grandes centros – como Toquio e Osaka - também são chamados de dekasseguis. Traduzindo para português, dekassegui equivale a, trabalhador migrante.
A vinda de descendentes ou cônjuges de japoneses ao Japão, em busca de melhores oportunidades de renda, iniciou-se na segunda metade da década de 80.
Em 1990 foi editado a Lei de Controle de Imigração, permitindo que descendentes até a terceira geração e seus cônjuges, possam exercer qualquer atividade legalmente por um período relativamente longo.
A inversão do fluxo migratório, se deu por causa da crise no Brasil (alta inflação e instabilidade política). Isso levou a população a procurar melhores alternativas de renda em diversos países. No caso de descendentes de japoneses, o Japão.